Armindo Romão, administrador da Auto Delta, considera que o veículo elétrico e a área das peças electrónicas será um ramo de negócio que irá crescer de uma forma gradual, sem retorno.
Armindo Romão, administrador da Auto Delta, considera que o veículo elétrico e a área das peças electrónicas será um ramo de negócio que irá crescer de uma forma gradual, sem retorno.
Para a Auto Delta, a realidade do veículo elétrico está aí e será um ramo de negócio que irá crescer de uma forma gradual, sem retorno. Por outro lado, e seguindo uma linha de pensamento que tem vindo a desenvolver nos últimos anos, a área das peças electrónicas e a sua, cada vez maior, especialização também será muito importante na Auto Delta.
Quais são, na atualidade, os maiores desafios para a Auto Delta?
O maior e mais decisivo desafio passa pela constante atualização da Auto Delta face ao que é a realidade do aftermarket português. É por aí, sempre perscrutando novos ramos de negócio e caminhos mais inovadores, que a Auto Delta poderá crescer ainda mais.
Sente que os seus clientes estão confiantes quanto ao futuro?
À medida que nos vamos afastando do que foi o período de ajustamento económico que vivemos o nível de confiança vai aumentando. Não tanto como o esperado no final do ano passado, quando fizemos o balanço de 2016, mas mais esperançoso do que os anos anteriores, sempre colocando alguma água na fervura da euforia que se poderia sentir.
Qual vai ser a estratégia da Auto Delta para os próximos anos?
Mantermo-nos iguais a nós mesmos. A Auto Delta é reconhecidamente uma das principais empresas do panorama português, devido à importância que daremos sempre ao parque automóvel nacional mas também aos novos caminhos que temos vindo e iremos desenvolver cada vez mais no futuro.
Que tendências observa na Distribuição de Peças no mercado português?
Em primeiro lugar a questão das entregas e logística. Existem hoje em dia muitos distribuidores que vão por um caminho em que é este o factor que os diferencia no mercado, apostando numa política agressiva de entregas que os coloca muito próximos do cliente. Por outro lado, a especialização. Este aspecto não se cinge a uma aposta num só tipo de produto mas sim, oferecendo ao mercado uma ampla variedade de gamas, contar nos seus quadros com pessoal que seja capaz de responder às maiores dúvidas dos clientes em determinadas áreas de produtos comercializados.
A concentração de operadores é inevitável?
Esta tem sido uma tendência que se tem vindo a verificar nos últimos anos e que, pensamos nós, já esteve mais longe de deixar de ser visível. O esforço de concentração nos últimos anos tem sido muito grande e com a participação de muitos players pelo que, ou estamos muito mais perto da sua finalização, ou o mercado português se irá cingir a apenas dois ou três players. Em último lugar, é uma constante no panorama económico nacional a independência de diversas empresas, aspecto decisivo para uma diferenciação no mercado.
Qual o melhor equilíbrio para o mercado da distribuição de peças se manter saudável e rentável?
O equilíbrio tem de ser efetivo entre grupos resultantes de concentrações como as que se verificaram nos últimos anos e os players independentes. Acreditamos que o mercado nacional tem espaço para todos, desde que as atuações no mesmo sigam os padrões do bom senso e boas relações entre todos.
Que papel os distribuidores de peças devem desempenhar como parceiros de negócio das oficinas?
Esse tem de ser mesmo o papel dos distribuidores no que toca à relação desenvolvida com as oficinas. Na verdade, é sendo um parceiro que a relação entre duas entidades vai no sentido do desenvolvimento do bem comum e não da obtenção de lucro. Em suma, todos sabemos que uma oficina melhor preparada é um garante de qualidade para o mercado e para o parque automóvel nacional.
Que tipo de peças aftermarket considera terem mais futuro?
Em primeiro lugar, as peças eletrónicas continuarão, como se tem visto nos últimos anos, a ser um dos tipos de produto com mais futuro, fruto do desbloquear de referências anteriormente exclusivas das marcas originais. Depois, a massificação do veículo elétrico trará novas oportunidades, apesar do número de peças por veículo baixar drasticamente, com o aumento de peças específicas com as quais será necessário uma familiarização no futuro.
Iremos assistir a uma mudança dramática na forma como a distribuição de peças automóvel será feita no futuro?
Acreditamos que as mudanças existirão mas o seu dramatismo poderá ser exagerado. O desenvolvimento do negócio através da Internet poderá ser um desafio enorme para alguns mas para a Auto Delta este já é, mais que um hábito, uma forma de vida muito por culpa da plataforma que os nossos parceiros utilizam para efetuar as suas encomendas. Dramático poderá ser a ausência de parcerias estabelecidas entre marcas e distribuidores, resultando numa atuação de mercado que roça os limites, não diremos da legalidade, mas sim do que uma atuação íntegra no mercado poderá ser. Por último lugar, importa realçar que as mudanças que existirão, terão sempre de ser desenvolvidas olhando para o mercado como um todo, excluindo visões puramente individualistas.